quarta-feira, 7 de abril de 2010

O valor educacional da arte


A arte é uma das significativas manifestações da habilidade do ser humano para pensar e para aspirar algo que vá além da mera sobrevivência. Nos momentos de crise - se tornam cada vez mais freqüentes – quando a degradação do ser humano chega ao ponto de violentar a própria espécie, censurando, amordaçando e até mesmo destruindo, a arte tem se caracterizado como uma das poucas manifestações que insiste em defender e preservar as idéias de liberdade e dignidade humanas. Em todos os tempos, em todas as épocas e em todos os povos, a expressão da arte tem marcado a capacidade de abstração do ser humano, a habilidade para usar símbolos que possibilitam uma das mais importantes conquistas da raça humana: a linguagem. Como expressão e como linguagem, a arte sintetiza um parcela palpável, inconfundível da experiência humana. Todavia, apesar dos muitos séculos de produção artística, apesar de todo o desenvolvimento histórico e de uma constante discussão estética, ainda persiste a pergunta que é tão básica quanto elementar: qual o valor educacional da arte?

É irônica a constatação de que a busca dessa resposta não é privilégio somente dos leigos ou dos apreciadores ocasionais de arte. A mesma indagação permeia a comunidade dos artistas, dos professores e dos críticos de arte, causando apreensão – e às vezes pânico – entre aqueles que deveriam ser os interlocutores naturais, aqueles supostamente em condição de veicular a resposta ou a alternativa para tal indagação.

A arte tem como premissa básica, o propósito de transformar impressões, percepções, sentimentos e idéias, dar forma às mesmas organizando-as de maneira inteligível1 . O processo precepção-expressão é de fundamental importância nessa transformação, visto que é impossível expressar sentimentos ou idéias que não tenham sido percebidos ou experienciados em algum momento anterior à expressão. Essa transformação tem como principal característica, a elaboração das percepções, dos sentimentos e das idéias – o que consiste em experimentar as muitas e diferentes possibilidades de organização para então optar por, ou explorar uma das modalidades de organização experimentadas.

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